A essência da Arte Nova é uma linha, uma extensa curva sinuosa que se encontra em cada design deste estilo. A Arte nova rejeitava a ordem da linha recta e do ângulo recto, a favor de um movimento mais natural. Quer estas linhas tenham sido usadas em pinturas realistas de formas naturais, quer como formas abstractas evocativas de uma vitalidade orgânica, a ênfase centrava-se no desenho decorativo, bem como na uniformidade, uma superfície em que esta preocupação pelo linear – a linha da Arte Nova – se podia desenvolver. A solidez, o volume, a continuidade, qualquer ligação com o peso ou a estabilidade e a quietude opunham-se ao estilo Arte Nova.
A Natureza era a principal fonte do artista da Arte Nova, em particular o mundo das plantas, pois os conhecimentos de botânica de muitos deles eram ao nível de cientista. Flores, caules e folhas eram objecto de escolha para as suas silhuetas curvilíneas. Naturalmente, os lírios, as íris e as orquídeas eram favorecidos, embora qualquer forma, das frondas das palmeiras às algas marinhas, oferecesse potencial para ser transformada num padrão animado. Os insectos e os pássaros coloridos e elegantes prestavam-se ao mesmo processo de estilização e refinamento – libelinhas, pavões, andorinhas – assim como criaturas como cobras ou galgos. Estas possibilidades decorativas também se podiam desenvolver a partir das curvas do corpo feminino, em especial quando combinadas com longas, soltas e fluentes cabeleiras, que podiam ser compostas numa fantasia de caracóis e ondas.
À medida que o estilo evoluiu, foi crescendo a procura de formas mais originais.
A Arte Nova desenvolveu-se nos finais de 1880 e teve o seu auge de criatividade na década subsequente. Cerca de 1905 decaíra para um ingrediente muito diluído no design comercial, rapidamente substituído por uma estética julgada mais a altura do novo século. Contudo, a própria Arte Nova ficou a dever grande parte de popularidade à sua modernidade, tornando-se desde então universal.
O século XIX assistira a enormes mudanças sociais, tanto na Europa como na América, onde a expansão da industrialização resultou na criação de grandes riquezas concentradas nas novas cidades industriais e comerciais. Os métodos fabris de produção em série não só criaram uma enorme variedade de bens mais amplamente disponíveis do que nunca. Em simultâneo, os avanços tecnológicos – comboios, barco a vapor e telégrafo – anulavam os problemas de comunicação. O mundo mudara , e no entanto não existia uma transformação correspondente nos estilos usados para dar forma à sua aparência. No design dos objectos do dia – a – dia, bem como nos dos edifícios, presenteava-se a nova era com contínuos reaparecimentos dos velhos estilos; clássico, gótico, renascentista, barroco ou Luís XV. A Arte Nova foi o primeiro estilo a, aparentemente, não possuir as suas raízes profundamente enterradas na história europeia. Pelo contrário, parecia ser o verdadeiro primeiro novo estilo de século, apesar de apenas ter emergido nas últimas décadas. Este facto ajuda a explicar o entusiasmo com que foi acompanhado e a sua rápida expansão.
As formas curvilíneas, características da Arte Nova, fizeram a sua primeira aparição na Inglaterra, embora se tivessem espalhado rapidamente através da Europa por muitas cidades, cada uma das quais com uma interpretação distinta do estilo: Paris e Nancy, em França; Munique, Berlim e Darmstadt, na Alemanha; Bruxelas; Glasgow e Viena; todas elas se tornaram pontos cruciais para o estilo que em breve viria a ser universal na Europa e – com centros em Nova Iorque e Chicago – igualmente influente na América. Na época, esta série de estilos regionais resultou numa certa confusão quer quanto a terminologia, quer quanto às origens. Com frequência era o tema da modernidade a proporcionar um nome – Art Nouveau e Modern style . Não existia uma ideia clara quanto a uma origem comum ou características partilhadas até o estilo se encontrar no seu declínio. Ainda assim alguns dos termos contemporâneos do estilo fornecem algumas pistas sobre a forma da sua disseminação e servem para realçar o seu internacionalismo.
O próprio termo «Arte Nova», tem origem na loja parisiense com o mesmo nome, propriedade de um emigrante alemão, Samuel Bing. Este negociara durante dez anos em arte japonesa, quando, em 1895, reabriu o estabelecimento como La Maison de l’Art Nouveau e começou a exibir o trabalho de designers comteporâneos, bem como de pintores e escultores. Este misto de galeria, loja e salão de exposições tornou-se base parisiense do novo estilo, o que encorajou Bing a encomendar trabalhos para loja e a promover os seus artistas e artesãos no estrangeiro. A sua reputação como empresário da Arte nova foi suficiente para que lhe atribuíssem um pavilhão inteiro para os seus próprios designers na Exposição Universal de Paris de 1900.
Esta mistura de comércio e arte, tão adequada ao interesse da Arte Nova por artefactos domésticos, não se restringiu a uns quantos retalhistas esclarecidos, observando-se com maior nitidez na forma como o estilo se expandiu através das grandes feiras internacionais do comércio época. Estes acontecimento eram produto da grande era da industrialização, uma vez que descendiam da Grande Exposição de Londres de 1851, albergada no Crystal Palace, levada a efeito para demonstrar as aplicações possíveis da nova tecnologia. Estas mostras depressa se tornaram numa característica importante do comércio internacional, onde os novos estilos da arte decorativa se podiam exibir.
Acontecimentos de grande revelância do desenvolvimento da Arte Nova foram as exposições internacionais de 1889 e 1900 em Paris, e de 1902 em Turim, enquanto a de 1905, organizada em Liége, marcou o fim da importância do estilo. Rivalizar com o êxito destas exposições comerciais encontravam-se inúmeras Feiras internacionais, especificamente dedicadas ás artes, como as de 1897 em Munique e Dresda e uma segunda nesta última cidade em 1899. Numerosas exposições de menor dimensão apoiavam estes grandes eventos, formadas por corporações e grandes grupos de vanguarda artística na Europa e na América, que reflectiam um interesse muito difundido pelos novos estilos em todas as formas de arte.
A profundidade do interesse do público em relação as novas modas artísticas, e em particular nas artes decorativas, também se reflectia no vasto número de novas revistas e publicações dedicadas a estas tendências que surgiram na época da Arte Nova. Através de exposições, lojas, galerias e revistas, o estilo da Arte Nova expandiu-se rapidamente através da Europa e da América, continentes em que se alimentava e estimulava o interesse do público.
A Natureza era a principal fonte do artista da Arte Nova, em particular o mundo das plantas, pois os conhecimentos de botânica de muitos deles eram ao nível de cientista. Flores, caules e folhas eram objecto de escolha para as suas silhuetas curvilíneas. Naturalmente, os lírios, as íris e as orquídeas eram favorecidos, embora qualquer forma, das frondas das palmeiras às algas marinhas, oferecesse potencial para ser transformada num padrão animado. Os insectos e os pássaros coloridos e elegantes prestavam-se ao mesmo processo de estilização e refinamento – libelinhas, pavões, andorinhas – assim como criaturas como cobras ou galgos. Estas possibilidades decorativas também se podiam desenvolver a partir das curvas do corpo feminino, em especial quando combinadas com longas, soltas e fluentes cabeleiras, que podiam ser compostas numa fantasia de caracóis e ondas.
À medida que o estilo evoluiu, foi crescendo a procura de formas mais originais.
A Arte Nova desenvolveu-se nos finais de 1880 e teve o seu auge de criatividade na década subsequente. Cerca de 1905 decaíra para um ingrediente muito diluído no design comercial, rapidamente substituído por uma estética julgada mais a altura do novo século. Contudo, a própria Arte Nova ficou a dever grande parte de popularidade à sua modernidade, tornando-se desde então universal.
O século XIX assistira a enormes mudanças sociais, tanto na Europa como na América, onde a expansão da industrialização resultou na criação de grandes riquezas concentradas nas novas cidades industriais e comerciais. Os métodos fabris de produção em série não só criaram uma enorme variedade de bens mais amplamente disponíveis do que nunca. Em simultâneo, os avanços tecnológicos – comboios, barco a vapor e telégrafo – anulavam os problemas de comunicação. O mundo mudara , e no entanto não existia uma transformação correspondente nos estilos usados para dar forma à sua aparência. No design dos objectos do dia – a – dia, bem como nos dos edifícios, presenteava-se a nova era com contínuos reaparecimentos dos velhos estilos; clássico, gótico, renascentista, barroco ou Luís XV. A Arte Nova foi o primeiro estilo a, aparentemente, não possuir as suas raízes profundamente enterradas na história europeia. Pelo contrário, parecia ser o verdadeiro primeiro novo estilo de século, apesar de apenas ter emergido nas últimas décadas. Este facto ajuda a explicar o entusiasmo com que foi acompanhado e a sua rápida expansão.
As formas curvilíneas, características da Arte Nova, fizeram a sua primeira aparição na Inglaterra, embora se tivessem espalhado rapidamente através da Europa por muitas cidades, cada uma das quais com uma interpretação distinta do estilo: Paris e Nancy, em França; Munique, Berlim e Darmstadt, na Alemanha; Bruxelas; Glasgow e Viena; todas elas se tornaram pontos cruciais para o estilo que em breve viria a ser universal na Europa e – com centros em Nova Iorque e Chicago – igualmente influente na América. Na época, esta série de estilos regionais resultou numa certa confusão quer quanto a terminologia, quer quanto às origens. Com frequência era o tema da modernidade a proporcionar um nome – Art Nouveau e Modern style . Não existia uma ideia clara quanto a uma origem comum ou características partilhadas até o estilo se encontrar no seu declínio. Ainda assim alguns dos termos contemporâneos do estilo fornecem algumas pistas sobre a forma da sua disseminação e servem para realçar o seu internacionalismo.
O próprio termo «Arte Nova», tem origem na loja parisiense com o mesmo nome, propriedade de um emigrante alemão, Samuel Bing. Este negociara durante dez anos em arte japonesa, quando, em 1895, reabriu o estabelecimento como La Maison de l’Art Nouveau e começou a exibir o trabalho de designers comteporâneos, bem como de pintores e escultores. Este misto de galeria, loja e salão de exposições tornou-se base parisiense do novo estilo, o que encorajou Bing a encomendar trabalhos para loja e a promover os seus artistas e artesãos no estrangeiro. A sua reputação como empresário da Arte nova foi suficiente para que lhe atribuíssem um pavilhão inteiro para os seus próprios designers na Exposição Universal de Paris de 1900.
Esta mistura de comércio e arte, tão adequada ao interesse da Arte Nova por artefactos domésticos, não se restringiu a uns quantos retalhistas esclarecidos, observando-se com maior nitidez na forma como o estilo se expandiu através das grandes feiras internacionais do comércio época. Estes acontecimento eram produto da grande era da industrialização, uma vez que descendiam da Grande Exposição de Londres de 1851, albergada no Crystal Palace, levada a efeito para demonstrar as aplicações possíveis da nova tecnologia. Estas mostras depressa se tornaram numa característica importante do comércio internacional, onde os novos estilos da arte decorativa se podiam exibir.
Acontecimentos de grande revelância do desenvolvimento da Arte Nova foram as exposições internacionais de 1889 e 1900 em Paris, e de 1902 em Turim, enquanto a de 1905, organizada em Liége, marcou o fim da importância do estilo. Rivalizar com o êxito destas exposições comerciais encontravam-se inúmeras Feiras internacionais, especificamente dedicadas ás artes, como as de 1897 em Munique e Dresda e uma segunda nesta última cidade em 1899. Numerosas exposições de menor dimensão apoiavam estes grandes eventos, formadas por corporações e grandes grupos de vanguarda artística na Europa e na América, que reflectiam um interesse muito difundido pelos novos estilos em todas as formas de arte.
A profundidade do interesse do público em relação as novas modas artísticas, e em particular nas artes decorativas, também se reflectia no vasto número de novas revistas e publicações dedicadas a estas tendências que surgiram na época da Arte Nova. Através de exposições, lojas, galerias e revistas, o estilo da Arte Nova expandiu-se rapidamente através da Europa e da América, continentes em que se alimentava e estimulava o interesse do público.
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